Quando Louis Fischer interrogou Gandhi acerca da terrível situação dos judeus, este sugeriu o suicídio em massa como modo de cativar a opinião mundial. Em parte, segundo Orwell, o problema residia no facto de Gandhi não compreender a natureza do totalitarismo moderno, pensando a opressão apenas de acordo com os parâmetros do domínio britânico na Índia.

'É difícil perceber como poderiam os métodos de Gandhi surtir efeito num país onde os opositores ao regime desaparecem a meio da noite sem que nunca mais se ouça falar deles.' Para pôr em marcha um movimento de massas, são necessários, pelo menos, o direito de reunião e liberdade de imprensa, por mínimos que sejam.
Há, por acaso, 'algum Gandhi na Rússia?', perguntava ele. Um movimento de massas de oposição ao regime russo só seria possível se todos, espontaneamente, tivessem a mesma ideia ao mesmo tempo. E, ainda assim, 'julgando pela história da fome na Ucrânia, não valeria de nada.'» [John Newsinger, "Orwell's Politics"].
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